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Naufragios

Estrategicamente posicionada em meio às rotas de comércio entre a África e a Europa e a América do Sul, Ilhabela assistiu o intenso tráfego marítimo ocorrido ao longo da costa brasileira. Os navios que passaram por essa região eram inicialmente oriundos de comitivas de exploração do novo continente, muitos deles eram corsários que buscavam riquezas nos mares do sul interpelando embarcações espanholas carregadas de tesouros retirados do Novo Mundo.
Com o passar do tempo as embarcações passaram a transportar os novos habitantes do continente recém-descoberto, e que viriam a formar a miscigenada população latino-americana. Além de pessoas, mercadorias e produtos eram trazidos do velho continente, e daqui levados para abastecer o mercado europeu.
Contudo, devido à uma série de fatores relacionados, tais como condições geográficas e geológicas do arquipélago, repentinas mudanças climáticas quando da entrada de frentes frias vindas do sul que alteram ventos e correntes marítimas, bem como a ausência de sinalização das rochas no leito do mar, contribuíram para que essa porção do litoral paulista fosse palco de inúmeros naufrágios ao longo da história da navegação.
O naufrágio mais antigo
E o antigo naufrágio de Ilhabela foi localizado em 2011 na Praia de Castelhanos pela arqueóloga Cintia Bendazzoli, que coordena o Projeto de Gestão e Diagnóstico do Patrimônio Arqueológico de Ilhabela.
A nau somente pôde ser localizada após um intenso período de chuvas no feriado de Páscoa, que desenterrou das areias da praia a carcaça da embarcação. Construída com Pinho de Riga, madeira originária da Eurásia, o barco tem grande quantidade de cavilhas e arremate com cravos de ferro.
As pesquisas realizadas na nau apontam que esta é possivelmente originária do norte da Europa (Holanda, Inglaterra) e a datação feita em um laboratório em Miami, EUA, apontou ser a mais antiga embarcação já encontrada naquele litoral, datada de 1840 (170±30 A.P).
Alguns naufrágios de Ilhabela:

AYMORÉ – Cargueiro que transportava cartuchos de munição naufragou em 1920 durante uma tempestade. Está a uma distância da costa de 30 metros em profundidade de 5 a 9 metros.
Localização:

 

VELÁSQUEZ – Este vapor inglês com mais de 150 metros de comprimento chocou-se conta a Ponta da Sela em 1908. Carregava café e malas postais. Encontra-se a 50 metros da costa, entre 06 e 22 metros de profundidade.
Localização:


DART – Pertencente ao Correio Real Inglês, essa embarcação a vela e a vapor afundou devido a um erro de navegação na Ponta de Sepituba, em 1884. Encontra-se a 40 metros de distância da costa, a uma profundidade de 6 a 20 metros.


HATHOR – Esse cargueiro que transportava café, sacarias diversas e malas postais afundou em 1909 durante um temporal. Está a uma distância da costa de 40 metros em profundidade de 8 a 19 metros.

 


PRÍNCIPE DAS ASTÚRIAS – O luxuoso transatlântico inglês, construído pelo mesmo estaleiro que fez o Titanic, naufragou na madrugada de 6 de março de 1916 chocando-se contra a Ponta da Pirabura em meio a uma tempestade. Dos 611 passageiros, apenas 164 sobreviveram. Está a 100 metros da costa, a uma profundidade de 18 a 45 metros.

 


SÃO JANECO – Esse cargueiro afundou em 1920 devido a um erro de navegação. Sua carga é desconhecida. Dista da costa 20 m em profundidade de 5 a 12 metros.

 

 


THERESINA – Cargueiro transportava café, sacarias diversas e malas postais. A embarcação foi a pique em 1919, a nordeste de Borrifos. Está a 100 metros da costa, numa profundidade de 08 a 17 metros.

 

CONCAR – Cargueiro transportava café, sacarias diversas e malas postais. A embarcação foi a pique em 1919, a nordeste de Borrifos. Está a 100 metros da costa, numa profundidade de 08 a 17 metros.